Na elaboração de uma análise de risco, quer seja de processo, serviços ou de máquina, deve-se ter muita atenção na classificação do risco. Por exemplo, num Hazop, o grupo de análise define o desvio a ser analisado e o efeito definirá a magnitude do cenário. Se houver a possibilidade de explosão em nuvem em decorrência de uma perda de contenção de um produto inflamável e volátil, dificilmente as pessoas dentro do raio da explosão escaparão ilesas. É seguro afirmar numa análise qualitativa que haverá fatalidades, portanto o efeito máximo deverá considerar essa possibilidade.
Sabe-se que o risco é função da frequência e da severidade do cenário analisado. Por outro lado, a severidade está relacionada com a efeito máximo do cenário determinado na análise qualitativa sem considerar as salvaguardas existentes ou previstas no projeto, a não ser que sejam adotadas salvaguardas com a filosofia dos processos inerentemente mais seguros, por exemplo, ao reduzir o inventário de um material perigoso o efeito também será reduzido (veja mais sobre processos inerentemente mais seguros).
Às vezes, o grupo de análise é tentado a minimizar a severidade devido a adoção de salvaguardas. Um exemplo clássico é: desvio – mais pressão num vaso; o efeito – abertura da válvula de alívio. Dessa forma a análise está errada, porque o efeito máximo será a ruptura do vaso caso a pressão atinja a MAWP do equipamento. Com a válvula de alívio a severidade não irá reduzir e sim a frequência do evento em função da probabilidade de falha em demanda (PFD) da válvula de alívio. Ao reduzir a frequência, o risco de ocorrer a ruptura do vaso também será reduzido.
Portanto, na maioria das vezes as salvaguardas não reduzem a severidade de um determinado cenário, e sim a frequência de ocorrência. Por analogia, podemos dizer que viagem por meio de avião é muito seguro devido a baixa frequência de acidente e não por causa da baixa severidade de um acidente aéreo.
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