Existem dois tipos de falhas em sistemas de segurança de processos industriais: falhas seguras e falhas perigosas, conforme mostra a figura abaixo:
As falhas que mais preocupam em relação aos acidentes são as falhas perigosas não detectadas, porque tornam a salvaguarda inócua e essas falhas só serão descobertas quando forem realizados inspeção e teste. Um exemplo é uma PSV (válvula de alívio de pressão) obstruída: caso ocorra um evento de alta pressão no vaso que está sendo protegido, poderá ocorrer uma ruptura porque a PSV estará inoperante e ninguém saberá até realizar inspeção e teste. O mesmo ocorre se uma válvula de emergência, que deverá ser fechada devido a uma alta temperatura (SIF – função instrumentada de segurança), e ela estiver emperrada aberta.
As falhas perigosas detectadas também tornam as salvaguardas inócuas, porém serão percebidas em função da cobertura de diagnóstico interno que alertarão às pessoas que a salvaguarda está em modo de falha e necessita ação urgente. O airbag que alarma no painel do carro quando está com defeito é um bom exemplo desse modo de falha.
Já as falhas seguras, tanto detectada como não detectada, causam interrupção do processo produtivo (falhas espúrias) porque, em falha, elas atuarão para levar o processo para o estado seguro. Isso significa que uma parcela das falhas dessas salvaguardas manterá o sistema no estado seguro. Exemplo são: PSV que falha aberta, válvula que fechará automaticamente devido a alta temperatura e ter um modo de falha fechada.
Não se pode deixar de lado as salvaguardas que são desenergizadas para parar o processo, ou mantê-lo de forma segura, (DET – de-energized to trip). Essas salvaguardas atuarão e manterão o sistema seguro na falta de energia (ar, eletricidade, hidráulica), ou qualquer outra falha no circuito elétrico como cabo, conexões, etc. O oposto serão salvaguardas que são energizadas para parar o processo (ETT). Nesses casos, os sistemas auxiliares de fonte de energia serão fundamentais para a segurança de processo.
A equipe de engenharia deve aplicar esses conceitos, por meio de uma análise de risco e avaliação dos intertravamentos, considerando a elaboração de diagramas de causa e efeito para maior entendimento das suas interações, tendo como foco a minimização das falhas perigosas de uma salvaguarda e assim manter o processo mais seguro, reduzindo a possibilidade de acidentes tão prejudiciais ao ser humano, meio ambiente e propriedade.
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