Grandes acidentes no setor industrial são, na sua maioria, provenientes de fogo e explosão. Isso significa que além do material inflamável (líquido, gás, vapor ou poeira) necessita de fonte de ignição.
Uma das formas para reduzir a probabilidade de fonte de ignição é por meio da classificação da área em ambiente que possa ocorrer atmosfera explosiva. Contudo, é importante salientar que fontes de risco provenientes de cenários catastróficos (ruptura de linhas, vasos, grandes transbordos de tanques, etc.) não devem ser considerados para a classificação da área, por dois motivos: 1) são cenários que possuem frequência muito baixa; 2) a extensão da área atingida será muito grande se o produto vazado for gás ou possuir uma pressão de vaporização elevada o que, certamente, atingiria áreas não classificadas ou até mesmo externas à unidade operacional.
Porém, se a unidade não possuir um gerenciamento de risco adequado, a frequência de fontes de riscos catastróficos poderá não ser tão baixa como esperada e um dia a unidade fabril será surpreendida por um grande desastre. Imagine ter tubulações e vasos corroídos e sem uma rotina de inspeção apropriada, tanques sem proteção para redução do risco de transbordamento para um nível tão baixo quanto o razoavelmente praticável (ALARP). Por isso, é fundamental efetuar análise de risco detalhada e fazer LOPA (análise de camada de proteção) para os cenários mais críticos para confirmar se as camadas independentes de proteção são suficientes para reduzir o risco para um nível aceitável.
Além da classificação da área, é preciso ter controles de outras fontes de ignição, tais como: trabalhos a quente, eletricidade estática, superfície quentes que podem levar a autoignição de alguns produtos, motores a combustão, fricção e outros.
Abaixo algumas dicas para minimizar a possibilidade de fogo e explosão em plantas que trabalham com materiais inflamáveis:
Fatores que reduzem a possibilidade de atmosfera explosiva
- Análises de risco nas várias fases de projeto, periodicamente no decorrer do ciclo de vida da planta (quinquenalmente, por exemplo) e durante serviços considerados críticos;
- Um sistema eficaz de procedimentos para abertura de linhas e de equipamentos em conjunto com permissão de trabalho;
- Projeto de planta inerentemente mais seguro por meio da simplificação no intuito de reduzir a quantidade de válvulas, flanges e outras conexões e, assim controlar as emissões. Especificar adequadamente esses acessórios;
- Atenção ao layout da planta para reduzir a possibilidade de danos por impacto. Limitar acesso de veículos e utilizar barreiras de proteção. Procedimento crítico para levantamento de cargas sobre tubulações e equipamentos;
- Manutenção preditiva, preventiva e corretiva no tempo certo;
- Sistemas instrumentados de segurança para evitar transbordos de tanques e reatores ou outros sistemas;
- Válvulas de alívio confiáveis para evitar falhas espúrias.
Fatores que reduzem a persistência de uma atmosfera explosiva
- Ventilação natural ou forçada para dispersar e evitar atingir o limite inferior de explosividade;
- Sistemas instrumentados de segurança para reduzir o inventário de material liberado para a atmosfera ou outros meios de camadas independentes de proteção como válvula de excesso de fluxo, válvula de retenção, quebra sifão, etc.;
- Detecção de gás inflamável e sistemas de instrumentação para fácil detecção de vazamentos por nível, vazão, pressão, etc. e ação do operador;
- Limpeza constante de pontos onde possa acumular poeira combustível;
- Sistema de spray de água se o material envolvido é solúvel em água ou condensável.
Fatores que reduzem a probabilidade de ignição
- Classificação da área, procedimentos para controles de outras fontes de ignição. Disciplina operacional para seguir esses procedimentos;
- Treinamentos para que as pessoas reajam corretamente em situações perigosas;
- Instalação de queimadores (caldeiras, fornos, fornalhas) distantes de áreas com produtos inflamáveis.
Fatores que reduzem as consequências de uma ignição
- Pré-plano e plano de emergência com treinamento das pessoas envolvidas, a incluir simulados;
- Cenários do plano de emergência oriundos das análises de risco;
- Sistema de combate a incêndio eficaz e protegido contra explosão (tubulações enterradas ou dentro de canaletas de concreto). Bombas de água de incêndio confiáveis.
- Camadas independentes de proteção passivas tal como, fireproof para suportes de pipework e vasos;
- Sistema de detecção de chama ou de gás inflamável com acionamento automático de sistema de supressão.
Essas são algumas ações que podem minimizar a possibilidade de ocorrer um grande acidente devido a fogo e explosão com possíveis danos incalculáveis.
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Veja abaixo dois acidentes devido a ignição: o primeiro, em 2009, por causa de acúmulo de poeira combustível; o segundo em decorrência de trabalho a quente ocorrido em 2006.